quinta-feira, 28 de abril de 2016

Imersão no ambiente corporativo do filme “Maré vermelha”


Imersão no ambiente corporativo do filme “Maré vermelha”Dois líderes precisam chegar a um consenso para decidir que atitude tomar frente a uma grande ameaça iminente, porém, tudo o que têm para ajudar na decisão é uma informação incompleta. A você cabe decidir de que lado vai ficar.
A “imersão” do título é quase literal. A historia do filme se desenrola num submarino, o USS Alabama.
“Crimson tide” (literalmente “maré vermelha”, uma homenagem ao time de futebol do estado do Alabama) é comandado pelos personagens de Denzel Washington e Gene Hackman, em atuações impecáveis. Essa dualidade se faz necessária pelo fato de o submarino transportar mísseis nucleares. Sua missão é espreitar águas russas para o caso de ter que debelar uma rebelião militar encabeçada por um general dissidente que também tem armas nucleares em seu poder.
Apenas esta breve descrição já causa arrepios. Entretanto, a confusão toda começa quando a mensagem que diz se o ataque deve ou não ser consumado é interrompida e cada um dos dois gabaritadíssimos e experientes capitães se vê obrigado a expor seus argumentos pró e contra o lançamento dos mísseis. O ápice da trama se dá num motim a base de socos. Literalmente!
Vindo para a realidade, quantas vezes isso já aconteceu no trabalho? Quantas vezes tivemos que tomar decisões importantes sem a quantidade necessária de informações? Ou, pior ainda, quantas vezes isso ocorreu numa sala trancada, com seu principal cliente dentro dela?
No filme, os comandantes radicalizaram, mas, considerando-se os efeitos de suas decisões, as atitudes quase se justificam. No trabalho ou no cliente (até mesmo no trânsito), não precisamos chegar ao extremo de puxar uma arma ou socar ninguém. Contudo, experiência e preparação ajudam a minimizar os riscos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Se não sabe o que significa, não sabe prá que serve!

Um em cada quatro brasileiros é plenamente alfabetizados! E os outros 3? Bom, antes da matemática, um pouco de português.
O Indicador de Alfabetismo Funcional, Inaf, medido pelo Instituto Paulo Montenegro, pesquisa a capacidade de leitura, escrita e cálculo e aponta o nível de "alfabetismo funcional" da população entre 15 e 64 anos. O inaf separa a população em quatro níveis de alfabetização: analfabeto, rudimentar, básico e pleno.
Quando foi criado, em 2001, apontava que 12% da população era analfabeta e 26% plenamente alfabetizada. Dois terços da população se revezava entre os alfabetizados em nível rudimentar e básico. Pouco mais de uma década depois, os resultados da pesquisa mostram que o percentual de analfabetos caiu para a metade mas o de plenamente alfabetizados continua no mesmo patamar.
Agora os números!
  • Analfabetos: mais de 11.500.000;
  • Rudimentar: mais de 40.500.000;
  • Básico: mais de 90.700.000;
  • Pleno: menos de 50.200.00.
Surpreendentes 68% da população não têm condições plenas de ler uma matéria no jornal e formular uma ideia concisa sobre o assunto. No tocante aos cálculos um efeito prático surge no endividamento do brasileiro que atingiu recentemente nível recorde.
Alguém, um dia, citou que a maior dificuldade para o aculturamento do brasileiro é o clima. Com "clima" de verão o ano inteiro, fica difícil não ir para o barzinho com os amigos, ao final do expediente. Nos países do hemisfério norte temos a mesma relação. Pode ser que seja coerente esta afirmação, mas para termos certeza, melhor aguardar a criação de um indicador apropriado.
Se você teve dificuldades para ver que o número de brasileiros em condições de alfabetização rudimentar é de "mais de quarenta milhões e meio", então, pelo indicador, é neste grupo que você está enquadrado.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A grande depressão aos olhos de Chaplin.

Muito além das críticas ao taylorismo, apontadas pela grande maioria dos professores, "Tempos modernos" apresenta o ponto de vista de Charles Chaplin da situação deplorável em que se encontrava o cidadão americano durante a grande depressão ocorrida pela inércia do governo aos efeitos da quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.
Crítica ácida que só mesmo Chaplin conseguiria fazer ao "modo de vida" pós crash da Bolsa, em 1929, Tempos modernos retrata, em seu primeiro bloco, os efeitos causados pelas teorias (ou suas aplicações práticas) criadas, e amplamente divulgadas à época, por Frederick Taylor e sua "administração científica".
Em seu cerne, a teoria era revolucionária e vinha para solucionar diversos problemas de desperdício e perda de tempo e energia despendidos pelos trabalhadores. Entretanto, a má aplicação por parte dos administradores distorceu completamente os objetivos iniciais de Taylor. A confusão foi tamanha que Taylor teve que se apresentar e explicar seus conceitos perante o congresso americano.
O filme retrata a vida degradante do povo americano frente a falta de atitude do governo aos efeitos do ocorrido na Bolsa, anos antes. Chaplin, porém, não critica diretamente a Taylor e Ford, mas ao empresariado em geral, que se aproveitou dos conceitos desses grandes gênios para obterem mais lucro com menos despesas e esforços, robotizando, em vez de especializar, seus empregados.
Pelo filme, o ápice desse disparate não é o "enlouquecimento" do operário, sendo isto uma consequência apenas dos exageros, mas a criação de uma máquina que alimentaria o funcionário, evitando que ele tivesse que parar até mesmo para as refeições.
Nos dias de hoje ainda somos obrigados a conviver com diversos fatores apresentados pelo filme, principalmente metas descabidas e impossíveis de serem atingidas ou, quando o são, a custa de muito estresse. Fórmulas mágicas e técnicas mirabolantes também continuam a permear o dia-a-dia de muitos "operários" dos "tempos modernos" de hoje.
Claro que as Hoovervilles e o despreparo dos "profissionais" à disposição no mercado também o são igualmente parte do cotidiano. Mas isso é assunto para outra conversa.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Os conceitos de economia em "American Gangster"

Logística, redução de custo, valorização da marca, controle de qualidade e elasticidade-preço da demanda são os príncipais tópicos abordados no quase documentário "American Gangster".
À primeira vista, o filme realça, de forma bem arranjada, a dualidade simbiótica entre o bem e o mal, o bandido e o mocinho. Entretanto, se observarmos mais de perto, veremos conceitos de administração e economia muito bem elaborados.

De um lado, Frank Lucas, que se aproveita da morte de seu chefe e padrinho, um poderoso criminoso do Harlem, para assumir os negócios enquanto seus supostos concorrentes se digladiam por migalhas.

Atravessando todo o "sistema", Lucas vai direto ao principal fornecedor de heroína em plena guerra do Vietnã e compra uma grande quantidade da droga. O transporte da mercadoria é feito por uma rede montada dentro da força aérea americana. Com, isso, além de reduzir drásticamente custos e atravessadores, também oferece "produtos" de inquestionável qualidade.

Por vezes recorrendo ao uso de brutal violência, Lucas torna-se o mais poderoso e blindado gangster americano.

Em contrapartida, Richie Roberts, um policial honesto, passa a ser seu único concorrente com o claro objetivo de encerrar as atividades criminosas de Lucas. Sem ter como montar uma equipe confiável, por conta da corrupção que o cerca, Roberts improvisa um grupo que, com muita astúcia, consegue identificar e prender o poderoso chefão do Harlem que está lhe tirando o sossego.

Sem alternativas mas provando ser um grande negociador, Lucas avalia o custo da oportunidade e entrega todo o esquema de seu "empreendimento" a Roberts, que, em contra-partida, torna-se seu advogado.

Querendo ou não, é uma obra de arte que expõe de maneira clara e objetiva boa parte dos conceitos do capitalismo.

Os problemas de comunicação na "Fuga das Galinhas"

sydneyoliveira.xpg.com.br
Comumente citado como lição de liderança e empreendedorismo, o filme "a fuga das galinhas", visto com outros olhos, acaba por nos remeter a um problema cotidiano nas corporações: a comunicação.
Linguagem excessivamente técnica, trocadilhos baratos, ambiguidade e mal-entendidos constantes tecem esta emocionante aventura de algumas pobres criaturas às voltas com um iminente "galinacídio".

Em princípio, a noção de valores abordada de maneira incorreta na conversa entre Ginger, a líder da conspiração para a fuga, e os ratos Nick e Fetcher, fornecedores especializados em bugigangas, em que esta se recusa a fornecer ovos como pagamento pelas ferramentas necessárias aos seus planos mirabolantes, por eles serem "muito valiosos".

A partir daí seu poder de negociação se mostra um verdadeiro fracasso além de que os detalhes de seus planos são transmitidos de maneira muito técnica, dificultando o entendimento por suas interlocutoras, simples poedeiras, e impedindo seu engajamento nos projetos.

Entretanto, a chegada do falastrão Rocky, o galo voador, que fala exatamente o que os outros querem ouvir, muda o cenário e toda a "motivação" das candidatas a fugitivas que, a partir de um "árduo" treinamento, se preparam para "voar", sem se dar conta de que isso é tecnicamente impossível para elas.

A situação se agrava ainda mais quando descobrem que seu futuro é o inevitável fim como recheio de torta. Diante desse evento, seu empenho redobra mas desta vez, contando com "novos conhecimentos de comunicação" adquiridos da convivência com Rocky, Ginger convence suas colegas a montarem um "objeto voador" que, enfim, lhes garante a liberdade.
Agora, pare para pensar! Quantas vezes situações como estas aconteceram com sua equipe? Será que está faltanto um "Rocky" para ajustar o foco da conversa?